Foi Johann Friedrich Miecher que descobriu uma molécula no
núcleo de todas as células e que possuía uma característica diferente de outros
componentes conhecidos na altura.
Friedrich, filho de cientistas, desde muito cedo foi exposto
a debates científicos e como é de prever desenvolveu uma atração pelas ciências
naturais, ramo que futuramente seguiu tornando-se medico e mais tarde
aventurando-se na ciência básica (principalmente bioquímica).
O seu estudo começou com Felix Hoppe-Seyler, que encarregou
Fredrich em caracterizar a composição química das células. Para isso foi usado
o pus, que facilmente se arranjava nos hospitais e que tinha as células que
eram necessárias para o estudo (os leucócitos).
Analisando as tais partículas, Fredrich descobriu uma
substância com características interessantes e únicas, apercebendo-se mais
tarde de que essa substância localizava-se na íntegra dentro do núcleo e por
isso foi batizada pelo Friedrich como sendo a ''nucleína''. Com as experiências
que se seguiram, Fredrich conseguiu entender que a substância de que se tratava
não era de origem proteica e que continha na sua composição elementos como o
carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio, alem do fosfato em grandes
quantidades.
Na tentativa de publicar os seus resultados, Fredrich pede
ajuda ao seu ex-supervisor que, ironicamente, quis confirmar os resultados
antes de os publicar. Obviamente que os resultados obtidos pelo Hoppe-Seyler
(ex-supervisor de Fredrich) não foram os mesmos pois tinha de haver condições
ideais e totalmente iguais relativamente às experiências feitas pelo Fredrich….o
que demorou quase dois anos. Só em 1871
a descoberta foi finalmente publicada.
Depois de ter contacto com os matérias de Fredrich, o
Hoppe-Seyler também se interessou pela ''nucleína'', pelo que a partir dessa
altura o Fredrich começou a ter concorrência, mas mesmo assim não desistiu e
decidiu estudar a ''nucleína'' das células germinativas, aproveitando se da
fábrica de salmões que se localizava nas proximidades e usando o esperma de salmão.
Friedrich morreu com apenas 51 anos, com tuberculose. Depois
da sua morte, o seu tio e admirador publicou uma compilação dos seus trabalhos.
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